O que Fazer em Mendoza: 14 Experiências Imperdíveis que Todo Brasileiro Vai Amar

Vou te contar um segredo: Mendoza não é só sobre vinhos (embora os vinhos sejam espetaculares). É sobre aquele momento em que você está no meio dos vinhedos, olha para a Cordilheira nevada e pensa “caramba, eu preciso voltar aqui”. É sobre almoçar por 3 horas sem pressa nenhuma. É sobre entender por que os mendocinos vivem com outro ritmo.

Moro aqui há anos, recebo brasileiros quase toda semana, e sei exatamente o que funciona e o que não funciona. Esta lista tem os clássicos que não podem faltar e aqueles segredos que só quem vive aqui conhece. Bora?

Mendoza Verano

1. Visitar as famosas bodegas de Luján de Cuyo

Luján de Cuyo é a região vinícola mais clássica de Mendoza e onde estão algumas das vinícolas mais famosas do mundo. É aqui que o Malbec ganha protagonismo. Você pode fazer degustações, passear pelos vinhedos e almoçar com vista para a Cordilheira.

Dica de local: Reserve com antecedência, especialmente se quiser almoçar nas bodegas — os restaurantes lotam. E olha, duas vinícolas por dia está perfeito. Três já é correria e você não aproveita.

2. Fazer um almoço harmonizado em uma vinícola

Se tem algo que os brasileiros amam em Mendoza é almoçar dentro de uma vinícola com vista para os Andes. E olha, eu entendo perfeitamente o porquê: não é só sobre a comida ou o vinho (que já são espetaculares), é sobre a experiência completa. É sentar numa mesa ao ar livre, com os vinhedos na sua frente, a Cordilheira nevada ao fundo, e deixar o tempo passar sem pressa nenhuma.

O almoço harmonizado funciona assim: você escolhe um menu degustação (geralmente com 3 ou 4 etapas) e cada prato vem acompanhado de um vinho específico escolhido pelo sommelier. Entrada com um branco fresco, prato principal com um Malbec encorpado, sobremesa com um vinho de colheita tardia ou espumante. Os garçons explicam cada combinação, contam a história do vinho, e você vai descobrindo sabores que nunca imaginou que combinavam.

Prepare-se para ficar umas 3 horas ali — e é exatamente esse o espírito. Não tem pressa. Ninguém vai te apressar. Os mendocinos levam o almoço a sério, e numa vinícola então, é quase uma cerimônia. Você vai ver famílias argentinas chegando ao meio-dia e saindo às 16h, tranquilamente.

Onde ir: Dominio del Plata (Susana Balbo), Casarena, Lagarde, Andeluna.

3. Passear pela região do Valle de Uco

Valle de Uco

O Valle de Uco é mais moderno, com vinícolas arquitetônicas e paisagens de tirar o fôlego. É um pouco mais distante (1h30 até 2h de Mendoza capital), mas vale cada quilômetro pela experiência.

Insider tip: Aqui as vinícolas são mais tranquilas, com vibe mais exclusiva e vistas cinematográficas. Se puder escolher só uma região, eu recomendo Valle de Uco para quem gosta de fotografia e paisagens. Luján de Cuyo para quem quer tradição e história do vinho.

4. Curtir um dia de neve em Penitentes ou Las Leñas

Las Leñas

4. Curtir um dia de neve em Penitentes ou Las Leñas

Se sua viagem for no inverno (junho a agosto), dá pra pegar neve pertinho de Mendoza — e olha, é uma experiência que vale muito a pena mesmo se você nunca viu neve na vida.

Penitentes fica a cerca de 2h30 de Mendoza capital, no caminho para a Alta Montanha. É a opção mais acessível e democrática: tem escola de esqui, aluguel de equipamento completo (esqui, snowboard, roupa térmica, tudo) e pistas para iniciantes. Muitos brasileiros vêm aqui fazer a primeira vez na neve e adoram. Dá para passar o dia inteiro, almoçar por lá e voltar no final da tarde. Os preços são mais em conta comparado a outros centros de esqui da Argentina.

Las Leñas é outro nível. Fica a umas 4h de Mendoza (na direção de San Rafael) e é considerado um dos melhores centros de esqui da América do Sul. Tem pistas para todos os níveis, infraestrutura impecável, hotéis dentro do complexo, restaurantes, bares e até vida noturna. É mais caro, mais sofisticado e ideal para quem quer esquiar de verdade ou para quem vai passar vários dias na neve. A temporada costuma ir de meados de junho até setembro.

5. Relaxar nas Termas de Cacheuta

Imagine uma piscina de água quente natural com vista para as montanhas nevadas. É isso que as Termas de Cacheuta oferecem. Existe a parte pública (mais simples e barata) e o hotel termal, que é mais exclusivo e silencioso.

Dica: Vá num dia de semana se puder, fins de semana lota de mendocinos fazendo programa de família.

6. Caminhar pelo Parque General San Martín

Parque San Martin

Olha, se você quer entender como os mendocinos vivem de verdade, vem ao Parque San Martín num domingo de manhã. Você vai ver famílias inteiras fazendo churrasco nas churrasqueiras públicas, crianças aprendendo a andar de bicicleta, gente correndo, casais tomando mate embaixo das árvores. Este parque é o coração de Mendoza.

É GIGANTE — tem mais de 300 hectares, e te juro que dá pra passar o dia inteiro aqui sem se cansar. Tem lago com pedalinhos, rosedal (jardim de rosas lindo para fotos), o estádio onde joga o Godoy Cruz, museu de ciências naturais, anfiteatro grego, e até um portão de entrada que é cartão postal da cidade.

O que fazer: Suba até o Cerro de la Gloria no final da tarde, a vista da cidade com os Andes ao fundo é de outro mundo. E leva água, o sol aqui queima mesmo.

7. Subir à alta montanha até a fronteira com o Chile

O caminho até a fronteira chilena passa por Puente del Inca, Penitentes, Aconcágua e chega no Cristo Redentor, a 4.000 metros de altitude. A vista é absurda de linda. É o tipo de passeio que você vai lembrar para sempre.

Importante: Em alguns meses de inverno (junho a setembro), o acesso ao Cristo Redentor pode estar fechado por neve. Consulte antes de ir.

8. Visitar o Aconcágua, a montanha mais alta das Américas

Aconcagua

Mesmo que você não vá fazer trekking, dá para visitar o Parque Aconcágua, caminhar pelas trilhas curtas e ver o gigante de 6.962 metros bem de perto. É uma parada rápida e INCRÍVEL no meio do passeio de alta montanha.

Realidade: Você vai sentir o ar mais rarefeito lá em cima. Vá devagar, beba água, e se sentir dor de cabeça forte, desce. Não é frescura, é altitude.

9. Caminhar pelo centrinho de Mendoza e tomar sorvete de Malbec

O centro de Mendoza é compacto e agradável, com praças arborizadas, lojinhas e sorvete com sabor de vinho Malbec — os brasileiros amam experimentar só para postar. A Peatonal Sarmiento é boa para comprar lembrancinhas.

10. Ver o pôr do sol na Plaza Independencia

Plaza Independencia

Fim de tarde perfeito? Compre uma empanada, sente numa das praças da cidade e veja o céu ficar laranja atrás dos Andes. Simples, barato e lindo. É o que a gente faz por aqui.

11. Provar empanadas mendocinas e churrasco argentino

Não é só vinho! A gastronomia local é forte. A empanada mendocina é diferente da de Buenos Aires: mais temperada e levemente adocicada. Vale provar com um copo de Malbec, sempre.

Onde comer: Para empanadas, El Palenque ou El Mercadito. Para asado, La Marchigiana ou Francesco Ristorante são apostas certeiras.

12. Fazer rafting ou cavalgada em Potrerillos

Rafring Mendoza

Se seu estilo de viagem é mais aventureiro, Potrerillos tem rafting, kayak, cavalgadas e até tirolesas com vista para o lago. A paisagem é linda o ano todo, e o lago muda de cor dependendo da luz.

13. Curtir bares e vinhos no centro à noite

Mendoza tem uma vida noturna animada na Rua Aristides Villanueva, cheia de bares, coquetelaria, vinhos em taça e música ao vivo. Perfeito para fechar o dia depois das bodegas.

Dica local: O Believe Bar e o Por Acá são bons para começar a noite. Se quiser algo mais tranquilo, vá ao Azafrán Wine Bar.

14. Comprar vinhos direto nas vinícolas (com preços melhores)

Sim, vale MUITO a pena comprar vinho direto na vinícola. Muitas têm rótulos exclusivos que não chegam ao Brasil e descontos para quem compra na hora. Alguns vinhos que custam R$ 200 no Brasil, aqui saem por metade do preço.


Quando Ir para Mendoza?

Cada estação tem seu charme:

Março (Vendimia): A festa da colheita da uva. A cidade fica movimentada, tem desfiles, shows e muita vibe boa. É tipo o Carnaval daqui.

Abril a Maio (Outono): As vinhas ficam douradas e vermelhas. Temperaturas amenas, menos turistas, preços melhores. Minha época favorita.

Junho a Agosto (Inverno): Neve na montanha, céu azul absurdo, frio seco. Ideal para quem quer esquiar ou ver neve. À noite faz frio de verdade, mas de dia o sol aquece.

Setembro a Novembro (Primavera): Tudo florindo, clima agradável, vinhas brotando. Ótima época também.

Dezembro a Fevereiro (Verão): Calor intenso de dia (pode passar dos 35°C), mas à noite refresca. É quando tem mais turistas. Leve protetor solar forte e boné.

Quantos Dias Ficar?

3 dias: Corrido, mas dá para conhecer o essencial (Luján de Cuyo + Alta Montanha + Centro)

5 dias: Ideal. Você consegue fazer Valle de Uco, Alta Montanha, Luján de Cuyo e ainda relaxar nas termas ou fazer um passeio aventura.

7 dias ou mais: Perfeito para fazer tudo com calma, incluir Las Leñas, explorar Maipú, conhecer bodegas pequenas e ter dias sem pressa.

Aluguel de Carro vs Tours: O Que Escolher?

Alugue carro se:

  • Você tem carteira de motorista internacional
  • Quer flexibilidade total de horários
  • Não vai degustar muito vinho (se vai dirigir, degusta pouco)
  • Vai viajar com família/grupo e quer dividir custos

Contrate tours/transfer se:

  • Quer provar vinhos à vontade sem se preocupar
  • Não quer estressar com GPS e estradas desconhecidas
  • Vai sozinho ou em casal (compensa mais)
  • Quer ouvir explicações de um guia local

Minha recomendação: Para passeio de vinícolas, sempre tour ou transfer. Para andar pela cidade e lugares próximos, carro alugado é liberdade.

Sobre Dinheiro: Dólar, Peso ou Cartão?

Vou ser direto porque isso confunde muita gente:

Traga dólares em espécie para trocar aqui nas casas de câmbio oficiais (calle Paso de los Andes ou San Martín no centro). A cotação é boa e você paga menos em tudo.

Evite trocar no aeroporto — a cotação é péssima.

Cartão internacional funciona, mas você paga a cotação oficial do dia (que é pior que o câmbio na rua).

Mercado Pago e cartões brasileiros são aceitos em alguns lugares, mas nem todos.

Leve sempre efectivo (dinheiro em espécie) porque muitos lugares pequenos, vinícolas menores e alguns restaurantes não aceitam cartão ou cobram uma taxa extra.

Erros que Você NÃO Pode Cometer em Mendoza

Ir a 5 vinícolas no mesmo dia Trust me, você vai ficar cansado e não vai aproveitar nenhuma. Duas vinícolas por dia é perfeito.

Não reservar com antecedência Principalmente em alta temporada (dezembro a março e julho). As vinícolas mais famosas lotam e você fica sem vaga.

Achar que está perto de tudo Mendoza é espalhada. Do centro até Valle de Uco são quase 2 horas. Até a Alta Montanha são 3 horas. Planeje bem.

Não levar casaco (mesmo no verão) À noite esfria SEMPRE. Pode estar 35°C de dia e 15°C de noite. Leve pelo menos uma jaqueta leve.

Dirigir e degustar vinho As leis aqui são rígidas. Se for dirigir, vá com calma na degustação ou deixe um motorista designado.

Subestimar o sol O sol aqui queima forte por causa da altitude. Use protetor fator 50+, boné e óculos escuros. Não é frescura, é necessidade.

Não levar água para a Alta Montanha Na altitude você desidrata rápido. Leve pelo menos 2 litros de água por pessoa.

Como Organizar Seu Itinerário (Sugestão de 5 Dias)

Dia 1: Chegada + Centro de Mendoza + Parque San Martín + Jantar na Aristides Villanueva

Dia 2: Luján de Cuyo (2 vinícolas + almoço harmonizado)

Dia 3: Valle de Uco (2 vinícolas com paisagens incríveis + almoço)

Dia 4: Alta Montanha (Potrerillos, Puente del Inca, Aconcágua, Cristo Redentor se estiver aberto)

Dia 5: Termas de Cacheuta pela manhã + tarde livre para compras e última caminhada pelo centro

Extra (se tiver mais dias): Maipú em bicicleta, rafting em Potrerillos, tour de oliveiras e azeites, explorar vinícolas boutique menos conhecidas.

Transporte: Como Se Mover em Mendoza

Dentro da cidade: Uber e Cabify funcionam bem e são baratos. Há ônibus urbanos também, mas para turista não é tão prático.

Para as vinícolas: Transfer ou tour fechado. Sério, não tente ir de Uber para Valle de Uco, vai sair caríssimo e estressante.

Para Alta Montanha: Tour ou carro alugado. A estrada é linda mas tem curvas, neve (no inverno) e altitude. Se não se sentir confortável dirigindo, vá de tour.

Minha Dica Final (de Mendocino para Brasileiro)

Mendoza não é sobre fazer mil coisas em um dia. É sobre sentar na vinícola por 3 horas, olhar a Cordilheira, comer devagar, beber um bom vinho e se desconectar. Se você vier com essa mentalidade, vai voltar apaixonado.

Ah, e aprende duas palavras em espanhol: “¿Qué recomendás?” (O que você recomenda?) e “Está bárbaro” (Está incrível). Os mendocinos adoram quando você tenta falar espanhol, mesmo que seja só um pouquinho.

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